Monday, February 19, 2007


8,2


A taxa de desemprego (medida pelo inquérito ao emprego do INE) aumentou 0.8 % do terceiro para o quarto trimestre www.ine.pt . Existe o efeito sazonal, mas esta taxa também é superior à taxa homóloga de 2005, embora em 2006 o crescimento económico tenha sido superior. Então o que aconteceu?

Aconteceu que a manta é curta. Para cobrir o deficit o estado aumentou a carga fiscal e a eficiência na cobrança dos impostos às PME. Os ajustamentos que as PME fizeram, mais o encerramento de outras (Opel na Azambuja por exemplo), justificam o aumento do desemprego.

Com o estado a despedir, o investimento e a economia a não crescerem o suficiente de novo em 2007, não parece provável que haja mais emprego nos próximos meses. Estas coisas digo eu que não percebo nada de economia, portanto não levem muito a sério.

Alguém terá com certeza este processo controlado e pilotado, a derrapagem será seguramente curta e o amanhã cantará com uma esperança renovada… bla, bla, bla, bla bla, bla.

Esta conversa dói como uma ferida aberta para aqueles cujo amanhã é apenas menos um dia de reservas, para quem cada euro gasto é um suplício porque não sabem quando e se vão poder ganhá-lo de novo. Essa é a cruel realidade atrás de cada décima milésima da taxa de desemprego. Isto sim é um verdadeiro flagelo, mas este não se discute nem se resolve com referendos.
Provavelmente não existe outra solução, mas a bebedeira dos números é mais grave que a bebedeira do álcool. Ao indicador do INE contrapõe-se agora o número "sombra" do Instituto do Emprego cuja divulgação baralha (ou serve para baralhar) muitas pessoas: os inscritos nos centros de emprego desceram 6.8% em relação ao período homólogo do ano passado (bravo!), de Dezembro para Janeiro subiram 1.1% (ohhh!) . Acontece que os ficheiros são sujeitos às normais actualizações e limpezas e dizem alguns especialistas que as comparações inter - anuais com 2005 são imperfeitas.
O número do Instituto de Emprego também é útil, mas usá-lo de facto como contraponto ao número do INE é apenas contra - informação.

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